quarta-feira, 27 de abril de 2016

Cástor Cartelle


CÁSTOR CARTELLE GUERRA é professor na UFMG. Licenciado em letras clássicas, filosofia e ciências naturais, é mestre em geociências e doutor em ciências, tendo dedicado uma parte significativa de sua vida ao ensino e à pesquisa paleontológica. 

Além de grande número de palestras e cursos em diversas universidades e colégios, tem-se empenhado no trabalho de defesa do meio ambiente como membro do Conselho Estadual do Meio Ambiente do Estado de Minas Gerais. 

É vice-presidente da fundação Biodiversitas e membro do conselho da fundação zoobotânica de Belo Horizonte. 

Foi consultor para a criação do Parque Nacional dos Dinossauros em Souza (PB) e do Museu de Caravelas (BA), e dá assessoria ao novo museu de ciências naturais da PUC-MG.         

quinta-feira, 14 de abril de 2016

terça-feira, 12 de abril de 2016

Meninos morenos

       Trecho do livro os meninos morenos

      O quintal da casa era muito grande. Pelo menos para as impressões dos meninos têm sobre as coisas. A rua era ao lado de um pequeno morro e ficava acima do pequeno rio que passava lá no fundo do quintal. Logo depois da escada da cozinha havia um pequeno Pátio de terra batida e a seguir uma horta protegida por um cerca feita de bambu. Os bambus eram cortados ao meio, de comprido, e faziam a cerca, juntinhos uns dos outros, amarrados por arame, um a um.

               Trecho da minha vida


O quintal da casa da minha vó era muito grande, para eu e meus primos, porque a vovó fala que e muito pequeno. A casa e em um leve morro, la em baixo ficava uma lagoa bem azul. Depois da piscina, no fundo do quintal, havia um buraco imenso, antes era um córrego, mas agora chamamos de grota. Do outro lado da grota tinha uma linda cerca de arame. Atras dela tinha um lote cheio de bambu.

sábado, 2 de abril de 2016

Gírias

                                                     VARIEDADE LINGUÍSTICA
Os diversos modos de falar do povo brasileiro conferem as sonoridades, as cores e os sabores da língua, que está em constante transformação, de acordo com a dinâmica sociocultural. Um dos recursos que mais movimentam o idioma é o neologismo, palavra ou expressão que se introduz ou tenta se introduzir na língua, ou ainda confere novos sentidos a palavras já existentes.

As gírias são neologismos empregados por grupos que têm em comum a profissão, a idade, a classe social ou a região, com o objetivo de criar uma identidade linguística, facilitando a comunicação entre os pares e excluindo os que não pertencem àquela comunidade. Existem gírias típicas de determinado local ou região. Segundo João Bosco Serra e Gurgel, autor do Dicionário de gíria: modismo linguístico, o equipamento falado do brasileiro (7. ed. Brasília, 2005), “os regionalismos são os maiores tributários das gírias”.

A gíria que o nosso morro criou Durante muito tempo, as gírias eram condenadas ao papel de vilã do bem falar, associadas à marginalidade. Ao longo da Colônia e do Império, muitos termos foram criados para possibilitar a comunicação entre os escravizados sem que os senhores tivessem conhecimento do que se tratava. O escritor Plácido de Abreu, no prefácio de seu romance Os capoeiras (1886), transcreve um glossário da gíria corrente nesses grupos. “Alfinete”, por exemplo, significava faca, "alto da sinagoga", rosto ou cabeça, e "desgalhar" é fugir da polícia.

Na cidade do Rio de Janeiro no início do século XX, por exemplo, as gírias eram associadas à malandragem. Nas canções eternizadas por Moreira da Silva, o Kid Morengueira, encontramos várias dessas expressões, como “vagulino” (vagabundo), “desguiar na carreira” (fugir correndo), “entregador” (delator).

Há também gírias características de uma geração, muitas vezes empregadas por adolescentes como uma forma de se distinguir dos mais jovens e dos mais velhos. Como observa o sociolinguista Anthony Julius Naro, gírias adquiridas nesse período continuam sendo empregadas ao longo da vida, como marca da juventude.

Hoje a gíria ganhou espaço na publicidade, no jornalismo, na política e até na literatura. A TV, o rádio e, mais recentemente, a internet aceleram a divulgação de modismos linguísticos, que ultrapassam o contexto em que foram criados, tornando-se nacionais e muitas vezes internacionais. É o caso de “shippar”, neologismo derivado do inglês relationship, que significa aprovar um novo casal, de amigos ou de namorados, geralmente relacionado a personagens de séries e novelas, ou a ídolos adolescentes. A internet é um espaço muito produtivo nesse sentido. Termos como “miga”, designando pessoa de qualquer sexo e idade, e “falsiane”, rótulo para o(a) falso(a) amigo(a), transpõem a web e invadem a fala de crianças, jovens e adultos. 

Pensando na capacidade criativa das gírias, a Plataforma do Letramento lança o desafio. Participe postando sua gíria no mural, na parte inferior de nossa home.

“A origem da gíria está ligada ao mesmo tempo a uma forma de identificação e a uma comunicação exclusiva de determinados grupos. Este sentido vem da origem etimológica do vocábulo: ‘A palavra vem de jerga, do espanhol, que possivelmente vem do latino garrire, que significa tagarelar. Começou com os fabricantes de cesto e aqueles que trabalhavam nas coberturas dos telhados e usavam uma linguagem diferente entre si’.” Leia o artigo “O poder das gírias”, de Claudia Bojunga, publicado na Revista de História em 2011. 
Vai ai mais algumas girias: 

* Pô
*Meu
*Bicho
*Cara